Para muitos advogados, tecnologias como a inteligência artificial, criptografia, blockchain, robótica, automação e big data têm um potencial libertador. E há também quem tema esse excesso de informação. O fato é que a tecnologia e a inteligência artificial na advocacia vieram para ficar, mas ainda são utilizadas de forma tímida pela maioria dos advogados.
A maioria dos profissionais apenas transfere suas tarefas dos meios físicos para os digitais, sem realmente aproveitar o potencial dessas ferramentas.
Tecnologia e inteligência artificial: o que isso tem a ver os advogados?
Segundo pesquisa realizada pela AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs & Legaltechs), “37% dos advogados consideram que o escritório ou empresa onde trabalham não utiliza ferramentas tecnológicas para o desenvolvimento de suas atividades e 88% dos profissionais consideram que o local onde trabalham pretende utilizar soluções de lawtechs no futuro próximo para auxiliar nas demandas internas”.
Mas como aproveitar a inteligência artificial na advocacia?
Uma opção que deve estar cada vez mais presente na rotina dos advogados é a inteligência artificial e os “robôs-advogados”. Com ferramentas que automatizam tarefas cotidianas, sobra mais tempo para que o profissional se dedique a desenvolver novas teses jurídicas, conquistar novos clientes e melhorar seu networking com outros profissionais. Ou seja, enquanto as máquinas fazem o trabalho “braçal”, o advogado pode exercitar habilidades que apenas o cérebro humano possui: capacidade analítica, criatividade e competências sociais, entre outras.
Esse assunto também foi abordado em uma reportagem recente da revista Veja. De acordo com a revista, os assistentes virtuais vão cuidar de tarefas rotineiras, que não exigem as mesmas habilidades que um bom advogado adquire com a experiência. Na visão dos economistas entrevistados pela reportagem, o que determina se uma profissão irá ser substituída por um software não é o trabalho manual propriamente dito, mas se as tarefas executadas pelas pessoas são repetitivas.
Ou seja, a análise de documentos e jurisprudências, por exemplo, podem ser feitas pela inteligência artificial ou pelo “robô-advogado”, enquanto o advogado reúne as informações encontradas e encaminha as conclusões necessárias.
Dentro dessa perspectiva, o Tribunal de Ética da OAB-SP decidiu de forma favorável a ferramentas como o “robô-advogado”. Sem esquecer, contudo, que determinadas atividades são privativas dos advogados. Essa decisão se baseia no artigo 133 da Constituição Federal de 1988, que estabelece o advogado como indispensável à administração da justiça.
Menos tempo com tarefas simples, mais tempo para prospecção de clientes
Diante disso, podemos concluir que a inteligência artificial na advocacia é na verdade um mecanismo para auxiliar os advogados em tarefas repetitivas e rotineiras. Com a ajuda da tecnologia, os advogados podem se dedicar mais ao desenvolvimento das suas melhores características: influência, persuasão, emoção e empatia.
Ou seja, o casamento entre a inteligência artificial e a advocacia é capaz de permitir não só a elevação a níveis extremos de produtividade, mas, também, na prospecção dos principais ativos de um escritório de advocacia: clientes!
Não dá para negar que a inteligência artificial chegou para ficar. Mas calma, isso não significa o fim da advocacia! Algumas habilidades vão ser sempre exclusivas do advogado. De qualquer forma, fica o alerta: precisamos estar preparados para as mudanças que estão por vir.